terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ser de Sagitário

Não quero edições póstumas lápides memórias
Flores depostas por meu ser desaparecido
Biografias notas escritas histórias
Que se contam do que fui
Do que terei vivido
Já meu ser cremado deitem as cinzas na água do mar
Chorarei na chuva os amores que levo comigo
Toda a saudade daqueles que não pude amar
Dar-lhes no meu peito protector abrigo
Desta eterna musa eleita corpo alma e coração conquistado
Mulher imortal ser sagitário sempre tão confidente
Clama nos seus braços por seu distante amado
A dor de o não ter e o sentir tristemente
Em todas as constelações procura docemente desesperada
No cio de todas as batalhas travadas corpo e mente
Sente-se musa estranhamente conquistada
Ser de sagitário mulher diferente

sábado, 22 de novembro de 2008

INSATISFEITA

Como sou insatisfeita De uma alma cheia de penas Sinto dores às dezenas Tenho a vida já desfeita São tão grandes meus pecados Que a alma soluça tristemente Aperto as mãos dedos cruzados Caindo gotículas de suor quente Não há homem que me entenda Que por amor me queira bem Que à terra minha vida prenda A chão que não é de ninguém Do mundo ando perdida Não tenho senhor nem dono Corre-me nas veias a vida Foge-me da alma o sono Já não vivo não como não durmo Tão triste sentido é viver assim Perdida sem fado sem rumo Nas mágoas deste jardim

Uma leitura de PAPYRUS DE DOR E DE PAIXÃO

O termo Papiro (derivado da palavra grega papyros) significa papel e aponta para a escrita real que deu origem ao livro. Pelo seu conteúdo "enrolado" papiro está ligado ao conhecimento, esse mesmo formato que assinala a involução, traduzido na repetição do gesto de revelação e ocultação. O dicionário de simbolos acrescenta-lhe ainda a face esotérica do conhecimento e a nível psíquico "exprime as duas fases de impulso e de repouso, de exaltação e depressão" (Chevalier, Dicionário de Simbolos, 1994:504). Após esta explicação, o título deste livro balança entre dois pólos: de dor e paixão, perfeitamente enquadrado na significação de papiro; por outro lado, a sugestividade do termo Papyrus tem um alcance mais lato e profundo ao evocar o nome de uma Editora que tem a função de transformar aquilo que está manuscrito em obra; no fundo, contribui para a revelação do conhecimento. Ainda nesta perspectiva, toda a poesia inclusa aponta para a interrogação existencial perante a precariedade da vida, garantindo à poesia um carácter ontológico. Estes pressupostos ajudam a "enformar" uma obra, profundamente, marcada por um eu, à procura de um tu, por vezes, nomeado, outras, a conquistar terreno junto do leitor universal. Esta contemplação implicita é uma marca peculiar do livro e funciona como seu elemento unificador.
Aliado ao sofrimento e à dor do eu há todo um conhecimento de esperiências vividas a (des)ocultarem-se através da palavra - "Tenho dentro de mim enternecida / Essa fina agulha por quem me apaixonei/(...)Que destino o meu tão devastador / Ser assim picada no dorso deitada" (Punção Lombar). No poema - metáfora "Olhar de Papiro" o sujeito de enunciação havia prevenido que " Por detrás destas palavras ruídos / Sou eu que me banho no mar das tuas lágrimas" o que testemunha a necessidade de desafogar no papel a angustia e o sofrimento do corpo e da alma; nada parece insincero, se há fingimento é apenas pela necessidade intrinseca da poesia, porquanto o sujeito parece expor-se cada vez perante a confiança do leitor e a segurança da pena. À medida que os poemas evoluem percepciona-se uma poesia mais amadurecida e implicada de estórias: "Uma alma velha derrotada / Sem identidade à deriva / Cruzei-me com ela amargurada / Sobre o areal desta vida" (Areal da Vida).
As temáticas focadas, embora centradas na dor, apresentam derivações existenciais: do tempo passado e do presente, filtrado nas fadas que bailam só de noite "Aguardam a noite para vir bailar", e escondem-se perante a luz do dia; também a evocação da água, através das ondas e do lago (Fadas), e alusão às asas e ao azul constituem um tecido de magia atenuante da dor e esperança da vida. A área vocabular associada ao mar, concretamente, através dos lexemas vela e mastro " Vem de vela e mastro imensamente erguida" (Dor), assinalam a atitude firme de querer vencer perante a vida, mesmo atravessada de sofrimento. E, aí, nesse percurso, a fé é também inabalável - vejamos o pema "Verónica", fundamentado na paixão de Cristo e na bondade da mulher que lhe limpava o rosto com uma toalha branca de linho.
Assim, o sujeito também clama: "Ai quem me dera ser pano de linho / È uma dor como chita de leves vestidos" (Dor), - o linho a conotar riqueza, religiosodade e resistência temporal.
Mescla de magia /sofrimento, de dor/paixão, de euforia/depressão, como metaforicamente representa "Prozac", este livro é uma revelação do eu, em que a dor transformada em poesia dá a possibilidade aos leitores de experimentarem/avaliarem as suas dores poeticamente. A transformação do esotérico em exotérico é um percurso oferecido ao leitor, em passo de dança, convidando-o também "a bailar" ao som das ondas da revelação.
Sem as preocupações formais normativas, a poesia desprende-se e, naturalmente, experiementando sentimentos e sabores diversos, sempre pautada por muita emoção, entra no ritmo do leitor e cativa-o, tornando-o o agente deserolador do Papiro.

sábado, 15 de novembro de 2008

Aparição Sagitariana

desta noite te dou a mais pequena
sombra desbravando trilhos na arena dos meus cabelos
sou no teu doce olhar serena
e nos teus passos....... sol distante e lua por inteiro
peregrina em desalinho de desvelos
pelo teu rosto de caminheiro
seguirei o rumo claridade que me queres dar
ao rosto clareira onde flui luminosidade desfiada em sorrisos
abro os braços e sou floresta a desvendar
no corpo recolhes traços indícios que são precisos
para no teu caminho te encontrares de mim
mas das palavras te desprendes e segues teus passos pelo chão
louca correria por veredas sendas que não têm mais fim
força da natureza que vence tempo e luz
insistência e razão
acontecido de orgulho e solidão
vieste astro fulgente que fascina e que seduz
dar de amigo tua mão
e desta fria noite fui ali perto do mar
ainda escuridão
fiz-me vaga embrulhada de fina areia
calmaria que aconteceu manhã nascer de sol ainda fria
um dia amanhecido pingos de orvalho presos numa teia
onde pude sentir brisa cheiro murmurar da praia ainda vazia
aparição de dois sagitários rompendo madrugada de desgostos antigos
numa cavalgada vida de nós proscrita
sei de um mar perto de ti
vaga aberta dentro do peito que clama e que grita
tão perto que se sente de abraços já sentidos
sulcando desse jeito passos de galope á rédea solta por entre ondas adormecidas
por entre mágoas já esquecidas
ofuscada de brilho do alto da montanha leito de prata reluzente
como lágrimas salgadas num rosto assim parado
como tudo o que ainda não vivi
entre o aqui e e o outro lado
caminhos já sonhados já perdidos
apenas percorridos
na minha mente
no meu ser
duro
alucinado
prazer
puro

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Carta do gato MIKI para a MUSA

Musa minha de meu dono! Musa única mulher! Como eu queria levar-te por meus telhados, em noites de lua cheia, vielas estreitas e sombrias, fedorentas misteriosas, correndo os caixotes do lixo, os terraços da vizinhança, como eu queria trazer-te a ele, como quando lhe trazia pequenos ratitos, só para lhe mostrar a minha agilidade de caçador felino, e vê-lo tão triste... amada dele... vê-lo tão só... quanta dor para um gatito solitário, ver seu dono ansioso, agitado, confuso, perdido numa frieza inteira de corpo e sentidos, tristeza de sensações e emoções... Mas nos seus leves gemidos há calor! Musa! Há amor escondido para descobrir, montões de carinho, toneladas de meiguice! Eu que o diga Musa!
Eu que o sinto há tantos anos, que lhe encho o colo de mimos, lhe respondo com um miau miau satisfeito, com um ronronar de gratidão, lhe dou a pata, recolho as garras quando com ele troco carinhos, olho-o nos olhos e compreendo a sua insatisfação, a sua verdade, a sua saudade, a sua vida sem norte, a sua sorte incompreendida, a devassidão dos seus sonhos e tu, Oh Musa, que sonho de fantasia, Musa, irás tu prometer-lhe?! Que fica dito de ti Musa, em tão pouco desse olhar azul como o meu, desse pêlo dourado como eu, desse jeito de felina, dengosa, gostosa, menina já sendo mulher, atrevida no jeito, tímida no vasto olhar, sensual nos sentidos e dentro do teu peito tantos dias prometidos... mas e agora... sem o veres, sem o sentires... como ficas tu Musa... como fica teu corpo sem seus beijos, tua pele sem suas caricias, tua boca sem suas delicias, tuas mãos vazias de seu toque, das suas ainda frias, sulcadas de veios azulados, aquecidas em teus seios maduros e resguardados, e nos passos inseguros, vais ao seu encontro quando te pede... e volta desse lugar levando consigo toda a saudade de um beijo...
Já não existo por aqui minha Musa... já nada sinto... sou apenas a alma de um gato que muito viveu, feliz e alegre ao lado do seu dono... contente de o ver por perto todos os dias, de o poder cheirar e nele marcar território... mas que teve o seu fim... findou seus dias por aqui. Levei a vida de um vadio de telhado em telhado, sempre com esse meu dono, chamando por mim, tratando-me assim, com mimo e carinho, e agora será sempre alguem que muito amo, que muito estimo, e me preocupa meu dono minha Musa! Sem o saber por aí, desorientado, confuso e amedrontado, perdido no meio de suas eternas vidas por resolver... mas que hei-de eu fazer....
Já tive minhas sete vidas... não tenho mais nenhuma... já não posso viver para tomar conta dele, roçar-lhe as pernas, miar de afecto...
Dá-lhe tempo bela Musa... deixa-o encontrar-se de si mesmo, deixa-o só!

domingo, 9 de novembro de 2008

Do meu silêncio vou morrer tu & eu

...das farpas que espalhaste pelo chão... dispuseste em lâminas aguçadas... os cortes de dor e de paixão... que em brisas do meu silêncio... vão morrer despedaçadas...
aguda dor... essa... alucinante... que de um parto ainda por fazer... já sente a contracção distante... do que vai acontecer...
acorda alma... não te surpreendas assim... submissa à ousadia... pois será melhor que te entendas... mais com o remorso do que com a fantasia...
Anima louca desvairada... te apressas a vir-me endoidecer... não quero ser desta vida quase nada... tudo o que eu possa transparecer...
fluo em espírito silenciado... o que dentro do corpo se equilibra de receio... se me solto sou pássaro alado... ogre centro do horrivel e do feio...
ai esse abraço de fogo entre animal e ave... humano e besta horrenda... fera a que me entrego... nas mãos... e faço peão desse jogo irreal... como dádiva que nego... como sangue oferenda...
em cálice divinal... e eu que assumo... que pressa têm meus dias em o ser... e as noites que não durmo... acordada... sinto tal ânsia de viver... o que já vivo quase nada...
entregue às sombras que me seguem... mal distingo forma leve deste meu corpo... são já as dores que me temem... saber deste meu chão frio e morto...
porque não queres dar-te de mim... silêncio prenhe desta alma incontida... olhar que se perde até ao fim... desse apertar de braços... laços de fita desprendida... do real eterno desta sensação sentida...
mas um dia vou voltar de que jeito... aqui em corpo duro e pensamento... tanta é a força que sinto dentro do meu peito... querendo ser somente olhar absorto puro sentimento...
do meu silêncio vou morrer... ainda que não queiras... belo amor sem medida... já me cansei de viver... das saudades... das fronteiras... dos teus abraços queimando solidão... num fogo de paixão... experimentando mil maneiras... desta vida...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Nós das Raízes

Há um tempo cravado na memória

Que tem a ferros os nós das raízes

É feito de falas de dizeres de história

Tem tonalidades nuances matizes

Ergue-se do chão em forma de terra

Ergue-se à solidão do vale cercado pela serra

Ergue-se de sonho esperança fortuna

Tem o corpo feito do dia e a alma prenhe pela noite soturna

Há um tempo de verdes prados hortas e cercanias

Aldeias de ruas escuras molhadas sombrias

Searas malhadas cheias de gente

No pino do calor ingrato e indiferente

No inferno dos Verões o milho e os feijões pedindo água

Mais o tempo do Inverno gélido a ferros castigado pela mágoa

Há um tempo pendendo no tronco desse tempo feito escravo

Tem as mãos libertas de nós soltos desatados

Há um tempo morrendo no tempo sem apelo nem agravo

À solta de manhãs despertas para dias consagrados

Na penúmbra de memórias guardando em sonho ilusão

Curvado à sua glória pelo peso da emoção

Há um tempo que clama a meiguice do passado

É chão de palavra é chama de sentidos

Terra de vento lavrada pela mão do arado

Feita força da vitória dos vencidos

Daqueles que cometeram a graça do pecado

Há um tempo de nós

Que me prende às raizes desta terra sem nome ausente

Que faz gritar a minha voz

Que me conta de tudo o que tu me dizes sem querer

Num bailado de melancolia sorridente

Que mata de palavras felizes toda a fome de viver

Apanha-me no caminho ainda trémula de andar dormente

Que tráz pela mão o absurdo de aí tanto querer morrer

Há um tempo de tudo de nós de todos de troncos de raízes

Caminhar dolente afiado cortante e agudo

Tempo de vidas de toda a gente feliz e infelizes

Indiferente

A tudo

A propósito de NÓS DAS RAÍZES

O nó, por vezes, é dificil de desenvencilhar, sobretudo, quando está ligado a tecidos ou cartilagens mais duras e pouco flexíveis, mas poetar com os nós e raízes pode intuir uma impressão tão prosaica como o próprio acto de desatar. No entanto, aquilo que à primeira vista parece difícil acaba por entrar brandamente nos nossos sentidos e cativá-los, pois, o facto dos nós serem das raízes a restrição implícita favorece a própria explicação. O leitor, ao deparar-se com o título, prepara-se para entrar nas profundezas da terra e nos vários termos polissémicos que daí advêm, pois a poesia é sempre esse campo exposto, onde cada palavra é grão e a seara é o próprio livro.
Neste segundo livro de poemas de Ana Bárbara observa-se mais maturidade poética, mais confiança na pena e no sabor das palavras. Os poemas são frutos maduros, ligados à sua origem, às recordações de infância, à problemática do eu em que o próprio sujeito ora se interroga, ora se procura e se projecta até nos próprios animais: "sou a loba que ouviste ao luar/(...)Sou a loba que desce ao vale/ Pelo caminho da clareira enevoada/Com fome de palavras". A poetisa é a tal loba que anda à procura de alimento para os filhos e está sujeita à sentinela dos homens; neste jogo de palavras, o poema vai crescendo com história e com marcas do lugar, assumindo-se como a mapeação do próprio espaço. Há outros poemas em que a reconfiguração espacial é mais definida - "Solitária coruja pia tristemente" - pois aponta para locais ermos e solitários que o poema "Âmago da Terra" acaba por desvendar - "Sou filha da terra/ Uma dama Torriense/ A torre era de D. Chama/ O título em nada me pertence.
Lentamente, o leitor vai descobrindo a região berço " Trás-os-Montes" que foi o palco deste bailado de palavras, nascidas em momentos de intimidade profunda e geradas na teia do tempo e da vida, sempre numa ânsia de revelação... Assim, as raízes, embora com nós, vão tornando-se permeáveis à luz e alimentando o ser; é nessa árvore do tempo que estão suspensas as recordações evocadas: "Contaste-me bisavó que parida foste/ e ainda assim descalça e tão pouco vestida/ Teus pés tocaram o chão/(...)Ajudaste-me a criar entre lágrimas e mimos". O elemento temporal assume, a par da água e da própria natureza animal, uma dimensão misteriosa e premunitória: "O tempo urge na rudeza dos sentimentos/ Quem eu sou já antes fora jamais serei(...) Sou de um tempo procurado/Ontem hoje nunca e sempre jamais". O tempo, esse em que permitiu que as raízes fizessem nós, tornou-se o chão das palavras que estavam cravadas nas memórias: "há um tempo cravado na memória/ que tem a ferro os nós das raízes"; foi nesse tempo que o eu alimentou a esperança e construiu a sua cesta de sonhos que já não serve senão para dar ao tu "vou deixar na tua mão/As minhas gestas bem guardadas/ Dar-tas do fundo do coração/ Onde estavam aprisionadas."
Poesia feminina feita com garra, cheia de amor e de luta, salpicada pela rebeldia de Orpheu e pelo desejo de insatisfação... à espera da hora; tal Florbela Espanca que se viu única na flor do tempo!
Estes poemas, tal como os nós, são para ser desatados e nesse " desembrulhamento" encontraremos a fé da poetisa que vai estampar-se na contra-capa do livro, em jeito de oração à " Nossa Senhora Desatadora dos Nós". Livro de procura e de achar das raízes, poemas com nós e para nós.
Sem preocupações formais, embora com ritmo e melodia suficientes nos poemas em que pretende rimar, estes poemas impõem-se, particularmente pela profundidade e variedade das palavras e também pela novidade do percurso poético - sempre um caminho de procura da origem que vai preparando o leitor para a grande Hora (o nascimento) e depois o esforço de superação e sublimação até gravar a palavra para sempre - a mesma pedra que se transforma em ruína "Solidão em pedra inabitada", mas nunca se desfaz. Esta poesia torna-se esse esteio que foi/é sustentáculo do Ser.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Para uma Criatura maravilhosa...

Carta aberta ao ...

Lamento ter de o fazer aqui... e mesmo que não gostes vou te dizer tudo o que não me tens deixado dizer-te pessoalmente.
Como posso eu confiar em ti....
Caiste na minha teia... por mera sedução... paixão... promessa sensual ou o que quer que entendas... confesso que me senti atraída por ti... pelo teu canto de Petrónio... dificil fica distanciarmo-nos deste mundo virtual quando o encanto e a ânsia de viver outras vidas nos sustentam a alma e na lama do ignóbil sentido se enfraquece o corpo por toda a ingratidão.
Tu que te revês em tanto do que eu digo na prosa e na poesia aqui... porque será que te distancías da força destas palavras e morres no silêncio das respostas... sombras frias me inspiram a continuar... ainda que a tua lembrança me diga que não... vieste pronto a me magoar... porque... tu não me queres dizer o que eu sou dentro de ti... não te conhecia a mentira e nem o disfarce... mas agora entendi que quem não quer ser lobo não lhe veste mesmo a pele... e no teu egoísmo de macho que se deu mal... fico eu... pobre musa insatisfeita... de coração destroçado... devido à mesquinhez de alguém que não se assume como realmente é.
E que fazes tu comigo... incendeias-me de loucura silenciada por caminhos travessos e nesse fogo de tortura, ainda te queres queimar... mas diz-me só... que queres tu de mim?
Chegaste dando-me conta de promessas que viveste... ou de mentiras que teceste... para me atingir...mas esquecestes-te que a porta que deixaste aberta se abriu ainda mais... deixando entrar a ventania que agora toma conta das nossas vidas... e eu não vou ceder a essa tua intrusão na minha vida... ainda que reclusa desse teu gosto... dessa aventura, quiças capricho sentimental... tenho a liberdade das palavras... e essa nunca ninguém me vai poder tirar.
Entende... não é uma carta de mágoas... talvez um pouco de ressentimento pelas tuas atitudes... tão pouco é uma carta de uma mulher apaixonada... esses amores já eu vivi noutras vidas... outros segmentos circunstanciais e agora não tenho tempo de voltar atrás e ir buscar o que me foi oferecido e eu não peguei... talvez seja isso as rédeas do destino.
Sabes RUI... muito me ensinaste... e não foi a ser menos impaciente... mais compreensiva... fizeste com que eu tivesse entendido que a alma está no cérebro e que é lá que funciona tudo o que levamos dentro de nós, a força emotiva que nos move por entre o cruel humano... e se os guerreiros levam a carapaça por fora e os sentimentos por dentro... na improbabilidade de me sobreviveres na profundidade de mim mesma... essa guerra sou toda eu e o que sinto por fora... o meu ser... e por dentro... deixaste-me uma carapaça que esconde o meu coração sensível ferida, agora aí protegida... muito trabalho te vou dar nessa conquista de território.
Tens o meu número de tlm... telefona-me.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Olhar Céu Mar

Se pudesse mostrar-te agora

Nestes céus o meu olhar o céu e o mar

O maravilhoso infinito eterno dessa hora

Ainda alto o sol a brilhar

As águas a quererem tê-lo só para elas

Um leito sereno azul sem mácula de brisa

Imortalizado nas mais belas aquarelas

Prenhe minha visão que por aí desliza

O ar soprando sem lhe levantar os véus

Apenas meus olhos que o agitam de tanta excitação

E desse jeito te mostro o meu viver a minha razão

As voltas de encantos na brisa de sonhos oferecidos

Levando de mim no vento

Prantos há tanto tempo acontecidos

Por esse sentimento

E agora quem és tu que do seio do tempo

Me vens alimentar

De promessas de vida

Em que eu possa acreditar

Sentida

No crepusculo prateado te espelhas de alma como um sol doirado

Possa eu ser assim

Um ser nas tuas mãos um astro aprisionado

Quente cálido brilhante sem fim

Nesse ocaso

De luz

Afogueado

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Érato

Meu espirito disperso entre tuas dores felinas

Volto dessas palavras para num verso te dizer como me encantas como me animas

Deixei lagos riachos bosques florestas prados e montanhas

Fugi ao deus das árvores e da loucura

Na minha mão a imortalidade que tu já não me estranhas

Pois vês em mim toda a luxuria e formosura

Dessas noivas veladas botões de rosa encantadas

Num gracioso movimento de dança esvoaçando coroadas

E dessas nove noites consecutivas no teu leito escarpado

Nascemos nós as nove musas desse amor de Zeus e Mnemósine partilhado

Para te contar desejo do passado do presente e do futuro

No deleite que antevejo tão instável e inseguro

A de bela voz a proclamadora a amável a doadora de prazeres

A poetisa a de muitos hinos a que faz brotar flores a rodopiante a celestial

Se nos meus abraços não morreres

Quem sou eu

A amante sacerdotisa divinal

Que no pranto da natureza de palavras te dou o que não é mais meu

O que num verso erótico te inspira o irreal

Poema de Orpheu

domingo, 26 de outubro de 2008

Mar de Abandono ao Anoitecer

Mar de abandono ao anoitecer
Depois de ter vindo aqui sentar-me ao entardecer
Porque venho aqui me oferecer
Porque me chamas das fendas abertas
Nas pedras onde gastas teu corpo a pedir-me assim
Que queres de mim
Tantas palavras secretas
Preparada ou não
Devo ir
Entregar-me ao teu olhar solidão
E ao toque das tuas mãos a pedir
Deixa-te afundar nesta iniciação
E promete do teu ser
Ser outro diante deste querer
E toda a sua sublimação
Vai estar aonde precisando de mim
Vai querer ver-me para saberes de verdade quem eu sou
Tenho-te de palavras de penas tiradas a um querubim
Vais dar-me asas dar-te do que te dou
Seguras-me de sentidos tenho-te de tempo e de cegueira
Das horas e dos dias vividos dos segundos que são precisos
Tenho-te dessa maneira
Reflexos concisos
Mas quem sou eu tão prometida
Quem és tu de gestos de impulsos
Que tanto nos prometemos nesta vida
Onde alma e corpo se vendem avulsos
E agora ao entardecer das nossas existências
Vens como um cavaleiro libertar donzela encarcerada
Mas da verdade deste corpo inteiro em suas demências
Sou alma sentindo-se nada
Sentindo-se confluência
Aprisionada

Porque deixaste a porta aberta

Ficou a tua porta aberta

Do tempo que te trouxe até mim

A tua existência secreta

Sem começo nem fim

Nesta casa deserta

Fui eu que quebrei o sonho caíndo de medo no chão

Dei-te todo o meu ser em cacos partido

Na impaciência do segredo de te ter no coração

Tão insistentemente sentido

Ficou em mim a planura da tua mão

Num tacto desejo à flor da pele

Nos lábios loucura teu gosto a paixão

Entre o amargo da dor e o beijo doce mel

Que em ventos brisas destas palavras perde sua razão

Fui eu que te abandonei

Por sentimentos secretos sem morada certa

De amor impuro me apaixonei

Deixando-te a porta aberta

Ficou-me a tua presença ausente

Rebelde lembrança que vou guardar

Nunca me foste indiferente

No tempo louco que vou te amar

sábado, 25 de outubro de 2008

Sei que voltaste...

http://www.youtube.com/watch?v=SMtaYdvg9cM
... sei que voltaste das profundezas de mares que se encontram dentro de mim...
no cio dos tempos castigo de musa desobediente talhada em belo marfim...
dar-te-ei a forma indiferente moldada de areia e luz secreta
no interior da caverna onde se soltam meus dias e a a claridade se dispersa
vou antes profanar teu mundo de palavras que te levarão à loucura do desejo
terás que te afundar em profundo mar transcendental de receio e medo
para te encontrares comigo no mal dentro das minhas entranhas
porque assim humedeço minhas mãos em ferro frio de formas tão estranhas
e congelo teu ser no meu olhar
negra recôndita caverna de mil cores a cintilar
aí te degladiarás com o mais devasso sentido
jamais materializado numa faísca entre olhares de um fogo perdido
depois saboreares tua carne macia e tenra
ter-te submisso entre a minha fenda
dado plena e serenamente misto de emoções entre prazer dor
saciar-me ardentemente fluir na envolvência de desejo e amor
e os nossos corpos a planar num cosmos de sentidos devassos
de mentes entregues às mais doces loucuras e abraços
sair dos nossos seres e no castigo das almas arrebatadas
dominar excitação secreta e delirar nossas feridas ensanguentadas
gemidos transformados em sangue fluindo por fora da pele dormente
num espelho de fria sombra vibrarás incessantemente
até solitário na vazia escuridão dessa caverna alucinares
no gozo vida do prazer perversão gume drenado te entregares
e dono do meu ser por gratidão
assim ficares
nessa ilusão
sentida

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Flor de Beijo... para alguém 13/10/08

adorei saborear a tua boca... perdia-me nela ................................
disseste-me assim ...................................................................... que ideia absurda e oca a florescer ainda orvalhada ...................................... em pétalas de jasmim ........................................................................................... nessa flor de beijo ... não querer na tua boca molhada .................................... ser contigo cinderela ............................................................................ ficar para sempre nos teus abraços até ao fim .................................................................................................... e insatisfeita descontente te deixei para trás indo embora .............................................................
nas tuas mãos meu sapato de vidro .........................................
entre nós tanta demora ................................................................................................................
e a querer ter-te intensamente... beijar... amar-te e ficar contigo ................................................
na boca flor de beijo secreto
............................................................................................
onde tudo o que começa e que de prazer pode acabar ........................................
vieste pecador discreto
.......................................................................
de beijos me seduzir ali em frente ao mar ............................................................................
deixar meu corpo inteiro todo em desalinho ................................................
enquanto safado e atrevido ....................................................................................... no lago dos teus braços me apertavas com carinho ........................................................................................ água na boca dos meus lábios te deixavas oferecido ........................................................................................ e a promessa ternura de nos seduzirmos de paixão .............................................................................................
ainda esse teu beijo intenso adoçando-me de sedução ..................................................................................................
no teu olhar azul doce sorriso como caricias preliminares .........................................................................................................
e toda essa tua vontade louca de no meu corpo te entregares ...................................................................................................
sinto quente o leve peso das tuas mãos de jeitos maduros ..................................................................................................................... a tua voz sensual querendo esconder de mim teus pecados impuros .............................................................
timido atraente buscando aventura
.............................................................
nos braços da musa comprometida
........................................
entregar-se de loucura ....................................................................
mas que para te ter de novo perto de si .............................................
entrega-te a alma e a vida ...............................................
só por um instante te amar ..........................................
de tão feliz que me senti
....................................................
reflectida no lago do teu olhar .............
perdida ...................
pelo que vi ........
de ti

domingo, 12 de outubro de 2008

Lumiar

Ali na praia.... / lumiar pela madrugada finda... / descobri uma aurora prateada a brilhar sobre as águas... / que te deixo aqui... / o nascer do dia amanheceu ainda... / já sem mágoas... / húmido e quente cheirando a mar... / e a demora... / como na hora de um parto fumegante... / sentia-se o cheiro a vida palpitante... / que acaba de ser parida... / começar... / a noite já sem vida passou de um azul cobalto... / para uma paleta de matizes... / entre azuis e cinzentos ainda orvalhados... / e serenamente surgiu o dia no horizonte alto... / criando suas raizes... / seus raios de luz espalhados... / pela imensidão... / sentida lumiar ilusão... / embalada pela brisa de ventos do mar junto à areia... / cheirava a sal e a silêncio disperso... / e eu que tanto queria ser uma sereia... / e ficar por ali sobre pedras molhadas... / que contam de tantos anos que tem a vida... / acabei caminhando rumo a casa... / as mãos do corpo abandonadas... / do meu pensamento perdida... / o coração em brasa... / pensando em arcanos que guiam de paixão... / meus passos e sentimentos... / e em tudo o que te diria em verso... / dando conta destes movimentos... / de vida... / num reflexo... / de solidão... / sentida

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

PUNÇÂO LOMBAR - 07 de Outubro 2008

Tenho e terei dentro de mim enternecida
Essa fina agulha por quem me apaixonei
Sei dela já por dentro a dor enfraquecida
De tantas as vezes que a picar me deixei
......................................................................
Enterra-se penetrante na sacro-lombar
Procura o liquor seiva ardente matizada
Tão fina e dilacerante que me faz chorar
Doi corpo inteiro a ser assim crucificada
.....................................................................
Tenho negra a carne por dentro apodrecerem
Visceras de sangue tão pretas parecem carvão
Na pele tantas marcas de dores a florescerem
Que sinto no corpo na alma e vivo no coração
..............................................................................
Em pose fetal deitada na cama tenho que ficar
E os joelhos juntos flectidos tão perto do peito
Corpo quieto me querem quando vão me picar
Essa agulha que penetra com cuidado com jeito
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Às vezes no instante da fina picada jorra vida
O dorso perfurado à procura da seiva ardente
Longa fina agulha enterra-se na carne dorida
Deixando-me ficar numa apatia triste dolente
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Já sinto por essa punção de aço profuso amor
Jazendo sofrida injusta sobre tão branco leito
Sinto imensa raiva e ódio não sei se isso é dor
Dizem-me com carinho que o mal já está feito
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Dor pranto lágrimas exaurida a Deus recorro
Roça essa agulha duro sofrer tão devastador
Mais punções lombares e sei que delas morro
Sem anestesia ou faúlha que adormeça a dor
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É um corpo doente que vos ensina sentido
O que as penas da alma têm para vos dizer
Já o disse em versos em prosa num gemido
De tanto as mágoas que acabo por escrever
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- Obrigada por todo o carinho
Dr. José Mário Roriz - Neurologista
http://www.youtube.com/watch?v=q_904RjfdhQ 17 de Setembro de 2008 - 18H45 ... quantas promessas ficaram por cumprir neste fim de tarde... de todas as mensagens que recebi no tlm guardo aquela em que tu me dedicaste o teu carinho na preocupação com o meu estado de saúde... de longe davas-me conta de que não devia cansar-me tanto assim.... mas eu adivinhava que o nosso fim fazia parte daquela caminhada... e o cansaço era apenas para eu esquecer a dor da separação... e com a brisa húmida do mar deixava escorrer as minhas lágrimas de emoção e saudade ... no fim todos os sentidos saíriam intactos... e eu aqui somente a lembrar porque aconteceu...

domingo, 5 de outubro de 2008

Rascunho de dor...

Mas eis que alguém misterioso chegou à minha vida... e me incentivou a continuar... a sobreviver das perdas e dos ganhos...me disse que do fundo de toda a tristeza eu traria rimas que de sol viriam raiar toda a poesia de saudade e esse sol nascente de purpurinas de sorrisos, deixaria em meus lábios vontade de dizer... estou viva... ainda que não queira... e vou continuar a viver dessa prosa de infinidade de imagens coloridas bailando no olhar ávido de um sonho, e da promessa de vida que me é oferecida farei regresso ao passado premente onde fui ingénua... acreditei no homem... na alma humana masculina... convidando-me a uma escrita de uma imensidade profunda e secreta... tão vasta como o firmamento de todos os encontros de nossas vidas... mesmo do vazio daqueles que um dia transformados em estrelas me deram seu cosmos de memórias para que eu pudesse ousar revelá-las proféticamente e assim dar de mim tudo o que pertence aos outros e nessa passagem permitir-me ser pitonisa de oráculos presentes deixados sobre folhas de papel escritos com a pena de muitas gerações de lágrimas sobre todos os sentidos despertos pela imaginação... Aqueles que sem culpa nem intenção ofendi... do éter do meu desassossego repudiei como vermes sanguessugas... e que meus mais claros olhos enxergam como vitimas do saldo negativo de minha vida... a eles peço perdão e onde quer que seja que leiam estas palavras se sintam bem dentro do meu coração e no peso da minha razão como medida que equilibra a balança da amizade... musa

terça-feira, 30 de setembro de 2008

http://www.youtube.com/watch?v=EImwjnOaNyU

serei musa em tua alma felina porque sou apenas palavra prosa verso rima serei musa mágoa os sentidos roubados tempo que se dá por frases soltas e nas voltas das linhas por preencher vão aparecer entrelinhas pontos fechados e não vais dar por nada porque a musa fala de boca calada

Corpos de Vento

Ai dos homens corpos de vento.../... que dão o corpo à aragem do tempo.../... e que com eles vou vaguear na brisa.../... no seu olhar sou ventania.../... paleta de cores que tamisa.../... de luz corpos de fantasia.../... palavra que sintetiza.../... toda esta vontade de ser.../... Ai dos homens corpos de lua.../... em todos os quartos onde vou adormecer.../... na volta de braços venho já cheia.../... na volta de braços venho já nova.../... na cama de corpos onde me deito nua.../... recolho mel de beijos como da colmeia.../... sou vinho velho degustado na prova.../... sou tela a negro na folha crua.../... Ai dos homens corpos de chão.../... raizes soltas de passos de pressas.../... formas deitadas na solidão.../... bocas fechadas a muitas promessas.../... e a terra húmida deixa nascer.../... moldes vertidos em aço dormente.../... sou tantos ramos a florescer.../... sol de primavera já no poente.../... Ai dos homens que dão suas palavras doces.../... aos oráculos vivos da eterna pitonisa.../... de todos os homens tu apenas fostes.../... a musa imperatriz desta poetisa...

SANGRAMENTO

deixa-me contar-te que sangrei escorreram da alma os sentidos já sou mulher sangrei as lágrimas pela minha mão penas da alma e do coração as dores as forças as palavras os sonhos os desejos os encantos escondidos automutilei-me de emoções a solidão os dissabores a desilusão os momentos perdidos derramadas as mágoas no pensamento por feridas abertas na poesia e os cortes transparentes do sangramento as mesmas ilusões que eu teria se ainda fosse sentimento

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A LOBA

Sou a loba que ouviste ao luar / Descendo a clareira mansamente / Uivando triste perdidamente / A ganir e a soluçar / Da montanha desce e traz a luz da lua / A marcar-lhe o tempo no seu ventre cheio / No olhar o uivo faíscando a noite nua / Já o homem deita ao cavalo o arreio / Dentro de portas guarda-se em segredo / Quem é ela e do misterio faz-se medo / Como brisa dessa trágica herança / Também já eu soube guardar / Um dia uma noite toda a minha vida / Pequena memória da minha infância / Os seus passos marcados sobre a neve fria / Ficar guardando a noite gelada vencida / Atrás da mortiça janela / Bailado de luz velada e sombria / Ouvindo o choro dela parece uma criança / Ouvindo o grito maior ao sentir-se encurralada / E os homens fazendo a espera / Com archotes iluminando a escuridão enluarada / No ventre pulsando a vida que há-de nascer na Primavera / Na minha alma lua medo noite e um dia / Sou a loba que desce ao vale / Pelo caminho da clareira enevoada / Com fome de palavras e a barriga vazia / Procurando sustento espalhando o mal / Sou a loba do tempo incauto dos sonhos e da fantasia / Arrastando as minhas mágoas sobre o gelo do chão / O alento que faz dela tão desgraçada / Temente feroz animal / Uivando na solidão / A loba que desce ao curral / Por estar esfomeada / De palavras / E de pão /

Ao Lobo Misterioso

http://lobomisterioso.blogspot.com/2008/06/caminhando-pela-estrada-eu-vou-olhando.html ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, ... a ti... que me visitas sorrateiramente... fazendo sombra num canto de alma... o teu uivo guardo dentro de mim... serenamente

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

100 MENSAGENS

Porque não posso viver sem... falar com alguém que saiu da minha vida magoado... ... deixando-me o coração despedaçado... ... porque incompreendida... ... e numa troca de palavras ficou algo que nos desuniu... ... e desta despedida 100 mensagens vou deixar... ... e assim acabar este blogue... ... que de amor me traiu... ... e de tristeza... ... vai matar...

ANA CAROLINA

Homem dos Sentidos

Há um homem que me acorda dos sentidos

Desperta em mim mansas longas madrugadas

Há um homem que me conta os sonhos vividos

Lança à terra rosas vivas brancas desabrochadas

Cresce em mim vontade de me multiplicar

Num louco frenesim de amor e de desejo

Cresce em mim paixão da vida a palpitar

Fico atormentada o dia que não o vejo

Meu corpo rebento verde que sai da terra fria

Neste chão húmido de calor onde eu me deito

Sou só a rosa branca numa jarra de vidro vazia

À procura de calmo descanso sobre o seu peito

Todo ele é ternura onde eu repouso sentida

Leito tìmido que me aconchega em demasia

Seus braços raízes que me prendem à vida

Na terra das horas doces da noite e do dia

Há um homem que me acorda dos sentidos

Traz preso na sua mão meu triste pensar

Guarda dentro de si sentimentos perdidos

Nos meus olhos lágrimas que ele irá chorar

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ana Moura

http://www.youtube.com/watch?v=Sa8Ucd96KWo http://www.youtube.com/watch?v=oEHY3MwPu64

ANTONIO ATAÍDE

http://www.youtube.com/watch?v=8cHfjhVBjbY Passos da noite / Cavaleiro e o Anjo - /- António Ataíde in Casa de Fados "Acapella" Coimbra

POEMA NASCENTE

Guitarra que acordas todas as fontes
Cobres a alma com teu manto
As cordas que unes vales e montes
Dor e sal de amor e pranto
Teu encantamento em Portugal
Enche de ténua luz o firmamento
És claridade de uma aurora boreal
És voz que atravessa o sentimento
Saudade em revolta e em calmia
O choro da guitarra por um fado
Lavrado em notas de nostalgia
Por Deus pelos homens abençoado
Profundo grito eco de solidão
A mil anos luz dessas estrelas
Guitarra que clama a ingratidão
Cantar rimas soltas já tão velhas
É este fado nascente de amor e vida
Dormindo nos lábios dos tristes poetas
Renascido sol poente da despedida
Promessa escrita em páginas secretas
Brotando bela poesia fado nascente
Como se saudade água fosse correr
Num rio imaginado de choro ausente
Onde toda essa vida parece morrer
Toca guitarra o fado amor de vida
Que os anjos liras te ouçam cantar
À luz serena desta canção sentida
Onde eu me sento para te escutar
À Capellla nesse altar de Coimbra
A voz de Ataíde mago deste fado
Jamais esqueço essa noite linda
Silêncio brisa que na alma trago

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fazes-me sentir musa...

fazes-me sentir musa envolta em bruma de pensamentos exóticos a querer ser clareira misteriosa deusa de momentos ao teu lado de todo o universo de teus abraços sentir-me louca e transtornada pelas tuas caricias primitivas de anjo do pecado levando-me para o inferno do desejo na selva de todas as constelações de todas as vontades consentidas...

... e a roçar a indecência de toda a porosidade etérea das lamurias de mago Apolo nos teus lábios um beijo por profanar o teu corpo túmulo por abrir e aí me quero deitar de afago carente entregue ao teu sangue quente e ao teu sexo possante e escravo da flor do meu corpo delirante...

...e meiga a mais dócil de todas as musas secreta e confidente pitonisa a exalar da fleuma inebriante deixar-te mel na tua pele deixar-te estonteante perfume de rosmaninho ao morder-te a orelha e ver teu semblante atormentado com tanto carinho levar-te ao céu e já teu corpo suado a pedir não... continuar a amar-te no desespero de tanta saudade sentida desse teu ser antigo que já foi meu por paixão por prazer numa outra vida...

...porque és um perigo que desflora a minha alma quero ser atormentada de raios rasgando esse firmamento onde me queres loucura e contentamento prenhe de tanta sedução no azul frenético do meu olhar de muitas mulheres a roçar a banalidade em mim deixar-me penetrar por falo de cetim que procura caminho por entre a tempestade no meio de fria chuva dilúvio de excitação quando tocas meu seio arminho e escorregas na senda vazia até ao meio de toda a minha vontade fazendo brotar em convulsão nascente húmida em privada propriedade...

Corpo de Mulher Obscura

Um corpo de mulher na obscuridade das tuas mãos frias

Entregue à luz nascente de todo o teu cruel desejo

Num jogo de sedução envolvente de noites e de dias

À espera de carícias sensações e de um só beijo

Nas ruas sombreadas desse corpo amado da lua

As suas formas furtivas no silêncio de todos os gestos

Deixando-se apertar nos braços como mulher nua

Cumplice de mil vontades e de tantos outros sentidos despertos

No frio nocturno do teu perdido olhar dessa batalha

Pode ler-se as promessas de um amor de esperança

Mas o tempo revelou-te igual a reles escumalha

Abandonado no profundo remorso de infeliz infância

Amante perverso que tentarei esquecê-lo

Roubando-me sossego de versos e de prosa

Porque não soube guardá-lo jamais irei tê-lo

Amor que se fanou como se murcha uma rosa

Agora deixado o refúgio dos seus braços ardentes

Corpo de mulher obscura pensas ter guardado em segredo

No mistério deste encontro de vidas tão diferentes

Fica a marcha solitária a saudade de mão dada com o medo

Em todas palavras beijos que de nós ficaram para sempre ausentes

Ficam tuas promessas de me amares de verdade as loucuras as mentiras e todo esse enredo

As conversas delirantes futeis virtuais e tão de nós prementes

Tirados um do outro na malicia de um bruxedo

domingo, 21 de setembro de 2008

...como eu te sinto...

... como eu te sinto é já sem medo... sem pudor ... como eu te sinto só eu sei em segredo ... o que é sentir este amor prenhe de todas as tuas fantasias... ... e mais tudo que são alegrias que eu vi nos teus olhos... que eu senti... ... ficou-me por dentro o teu gosto da tua boca... rasgando beijos proibidos na flor aberta dos meus lábios ...e os teus suspiros... os teus gemidos... as tuas contradições ... versos raros e sábios... aprendendo em lições ... no corpo de muitas mulheres ... como eu te sinto sabor a tabaco e a desejo... apertada em teus braços florindo ... por entre carícias e um beijo e aos teus doces encantos me abrindo... em sensualidade comprometida nas tuas mãos deixando-me sentida ... sentindo o frio do teu corpo desperto nesse livro fechado que deixaste aberto... ... como eu te sinto ... assim para o amor desperto e não te minto... amor... secreto