sábado, 31 de maio de 2014

INFANTA OU MENINA

INFANTA OU MENINA

A infância um lago de memórias
Na assombrosa maravilha do destino
Um rio ventre divino
Onde correm tantas histórias
Por um mesmo caminho
Fazendo do peito o lugar
Onde infanta tem seu sossego
No seio da noite ao luar
E da vida guarda segredo
Para além perpetuar
De todos os sonhos
Onde anjos e demónios
Vêm brincar
Num reino de doces recordações
Uma ilha infantil nos nossos corações
Um lago de azul anil e muitas emoções
Fazendo da vida um sonho demorado
Dentro de nós guardado
A mais bela ilusão
No reino da infanta imaginação
...

musa

sexta-feira, 30 de maio de 2014

AS LUAS DA SOLIDÃO

Recorta-se a luz na sombra da montanha
Onde as luas da solidão bordam o sossego
Escuridão risca de negra forma estranha
O silêncio desenhado traço doce de medo

São os montes entrançados de sombra e luz
Quase despidos de arvores flores e arvoredo
Singela lua na claridade fria que ainda seduz
A quietude intrigante da solitude em segredo

As luas em dança solitária inóspito firmamento
Pranto de um olhar que de tristeza me conduz
Derramar assim poesia luzidia do pensamento

Solidão que em luas tinge noite doce e clara flor
Desabrochando a estrela citilante guia andaluz
A cruz do universo verso lágrima rasgo e dor
...

musa

PRETERIDA DEUSA


Desprezo do teu sentir
Meigas lágrimas em teu regaço
Há no teu olhar tão baço
Manto de pranto a cair
As lágrimas preteridas
Nós desse tão profundo abraço
O laço que desfaço mãos caídas
E a expressão inquieta
De solidão desperta
As lágrimas traídas
Em teu rosto de mulher
Uma saudade qualquer
Ausente incompleta
Faz-te deusa no teu sorriso
E o traço impreciso
Dessa instância secreta
Dessa lágrima uterina
Talvez ainda menina
E o sangue menstruado
Nas luas sombrias
Um nú róseo manchado
De aguadas policromias
Que te fazem preterida
Talvez mulher da vida
Ou somente deusa do amor
Cansada de ser vendida
Em dignidade a tua dor
...

musa

quinta-feira, 29 de maio de 2014

BORBOLETA AZUL







BORBOLETA AZUL


na campina margaridas brancas e verdes trevos
orvalho amanhece com a frieza húmida do ciano
salpicando pérolas translucidas gotículas relevos
sobre as asas matizes de um esvoaçar estranho


a azul borboleta tingindo o campo de uma cor magenta
monotonia dispersando em pétalas floridas doce frieza
como que rompendo manhã de uma afasia pardacenta
trazendo safira claridade em absoluta sombra e beleza


cerúleo matiz corpóreo em metamorfose desabrochada
que harmonia dançante sobre as flores híbridas de luz
na paz campestre do olhar da alma assim enfeitiçada


cárdeo pigmento larvar em ocre luminosidade irisada
espectro rodopiante que de silvestre odor claro seduz
natureza celeste de uma Afrodite deusa asa acetinada
musa



quarta-feira, 28 de maio de 2014

ALDEIA E LUZ

ALDEIA E LUZ

Fragmentos da visibilidade indulgente
Regurgita a luz bucólica do instante
As fráguas abrem-se dorido ventre
A dureza do granito diamante

Resplandece a luz montanha do sentido
Como se a aldeia fosse toda a claridade
Que uma manhã do meu olhar perdido
Rasga o pranto da invisível saudade

Nascida dor além trás os montes e o rio
Fica a luz da aldeia nos versos a refulgir
Estendendo pelos montes manto sombrio

Saudade do ventre roubado morte prematura
Não há pedras mais duras do que este sentir
Que abraça escuridão esta agreste loucura
...
musa

segunda-feira, 26 de maio de 2014

AGORA


Depois que tudo aconteceu
O agora deslumbramento
O instante esmoreceu
No sentir descontentamento

E agora
O que resta da saudade
O que perdura na eternidade
Desta fusão de sentidos
No compasso da demora
Balança o sentimento
Dos momentos perdidos
No limiar do pensamento
Perde-se o sentir

No que resta do depois
O acontecido já era
E o que ficou de nós dois
O que agora desespera
Instantes de solidão
Desmoronando-se a espera
No silêncio da paixão
...

Musa

DA TRISTEZA DO POETA

DA TRISTEZA DO POETA

Quem diz que os poetas não fodem
Ser felizes sem tristeza no olhar
Quem diz que eles não podem
Sorrir com olhos de chorar

Esta vida é uma foda triste
Vá se lá saber porquê
De toda esta melancolia que insiste
Foder-nos mesmo onde não se vê

Mas mesmos nesses instantes
De amor ou acto cumprido
Há nos olhos dos amantes
A volúpia do sentido

E dos corpos unidos o triste foder
A poesia investida de desejo
Dois seres desunidos em meigo prazer
Da vontade a ilusão desprendida de um beijo

Vida triste foda amarga
Horas vividas assim
A saudade é a paga
Do início até ao fim
...
Musa

LÁGRIMA - Pedro Abrunhosa - DVD Coliseu 2011 - "Ilumina-me"


LÁGRIMA

Floriste no meu regaço com o mel do teu olhar
Orvalhando pétalas poros do meu corpo amado
Fizeste da minha pele lavrada de beijos o teu mar
No sossego inquieto do desejo despertado

Fizemos amor sem versos ou refrão da poesia
Em convulsão de poemas declamados em gemidos
Num torpor de loucura de feitiço e de magia
Humedecemos as palavras de prazer e de sentidos

E já no fim dois corpos vivos extenuados
Ao canto do olho uma lágrima furtiva
Esmaecia o tempo em nós abraçados

Agora sabemos e sentimos do que não morreu
Ainda que o final seja essa lágrima esquiva
Os dois sabemos como é chegar ao céu
...

musa

DOCE ALUCINAÇÃO - Leonard Cohen - I'm your man (+lista de reprodução)


DOCE ALUCINAÇÃO

Está para chegar um poema na tua boca
Versos soltos das tuas mãos dos teus dedos
A poesia respirada na tua pele
A palavra louca
A desvendar nossos segredos
Para além do papel
E de todos os medos

Reunida no olhar a doce fantasia
Da alvorada da fascinação
No entardecer da poesia
No prazer da sedução
As horas dessa magia
Bebidas excitação
Liquida exultação
Húmida exsudação

E chegas não sei de onde
Não sei porquê não sei como
E nas faces o rubor de quem esconde
Algo insano algo angélico santo ou demónio
Profano sedutor feiticeiro maqueavélico
A alegria a dor o perfume o amónio
Inebriando todos os meus sentidos
Desbravando instantes proibidos

Em teus passos desabridos
Chegas de mansinho
Confundido destino
Rompendo caminho
Encurtando distantes vontades
Na prece dos amantes
Orações sensualidade
A orar em meu altar
Teus gestos confiantes
De saudade

E chegas quieto efusivo
Rompendo o vestido
Procurando aroma carnal
Um gozo quase animal
Entre a doçura do sal
E o agre do mel
Beijas rendido à pele
Que te fez caminhar
Deixar a longura
Abraçar a loucura
E toda me amar
...

musa

domingo, 18 de maio de 2014

RUBI DE SENTIDOS


Atravessas o tempo
Senhora das brumas
em passo lento
as horas desarrumas
para além do sentir
emerges das águas rochedo
as pedras sob teus pés descalços
escondes em maresia segredo
dos altares mais altos
acende-se rubi fogueira
e tu dessa maneira
envolta de seda vermelha
em véu de fogo e luz
a tua pele centelha
labareda que seduz
das águas emergida
rubi de sentidos
alma ungida
de desejos tidos
magia e amor
teu corpo rubor
deusa preciosa
recato da rosa
o teu pendor
abrigas a flor
do intenso prazer
ainda por florescer

musa

NEM TUDO É


Nem tudo é seda nem tudo é cambraia
Nem tudo são cristais nem tudo pedras da areia
Nem tudo é campo nem tudo é praia
Nem tudo é sol nem tudo é lua cheia

Contudo existes para ser tudo na minha imaginação
A noite o dia a terra o mar o aqui e o além do firmamento
E de cada vez que me ocupas o pensamento
O mundo existe para o poder imaginar além da ilusão
Onde nem tudo acontece como eu o desejaria
Mas com tudo se tece a teia trama do poema tecido de poesia

Nem tudo é o sentir são as palavras que vibram ao vento
O que diante do olhar repousa a trepidação da mente
Contudo o mais belo existir desdobra-se do sentimento
Onde versos e universo são tudo o que a gente sente
...
musa

TU SABES DO POEMA QUE É TEU


Não sentes mas sabes por mim
Que em breve da vida me despeço
E do silêncio te peço
O abraço que mereço
Num aperto sem fim
Tal como a profundidade do peito
Como se o meu corpo fosse berço
E a minha alma fosse o leito
Onde o silêncio vem repousar
Este sentir intenso desfeito
De sentidos latejar
Profundo pranto
E dizer-te quanto
Gosto de ti

Tu sabes do poema que é teu
Sabes onde as palavras se embalam
Das que gritam e das que calam
Tantas as saudades por dizer
E desta vida em despedida
Muito antes da partida
O tanto que não pode acontecer
E o silêncio e a dor sentida
Neste aperto imenso de peito
No teu abraço me deito
No poema por escrever
Este sentir imperfeito
Que fica por dentro a doer
Sem saber o que dizer
No olhar silenciado
Fica o abraço apertado
Fico quieta ao teu lado
Até adormecer
...
musa

DA MORTE VONTADE


quero morrer sem dar por isso
como um deus que apaga o esquisso
de um risco imperfeito
de um borrão indecifrável
de um desenho com defeito
de um clarão de cores impenetrável
de um desejo contrafeito
uma vontade impalpável


quero morrer em silenciado sentir
e desse querer deixar-me ir
com a única vontade de partir
e no traço inimaginável
que esse deus há-de riscar
tão depressa e bem-feito
há-de ficar-me no peito
um risco contínuo
sendo esse o desígnio
do deus criador
aplacando a minha dor

musa

MEU AMOR


adormece a tarde na noite abraçada
cobre-a um véu de magenta cor
talvez a luz em cambraia
rubra tonalidade cansada
no poente desmaia
esvaecendo de rubor
pálida desmaiada
em seu fulgor
acetinada


sabes meu amor
há no teu olhar um sol poente
entre o amarelo laranja carmim
o rubro avermelhado do cetim
um céu esmorecido de loucura
esmaece a tarde cadente
um lusco-fusco sem fim
nas cores tingidas de ternura
um sol enfraquecido fulgente
que ainda nos meus olhos perdura
cálido e quente luzente
ténue sentido


que te faz lembrar meu amor
que nada há de mais belo assim
que um fim de tarde
e nesse entardecer
parte de mim
corpo e alma que arde
por te ter
enfim
musa

SAL MEL E POESIA

desbotoam
as nuances húmidas
da pele das lágrimas
há o corpo e os sentidos
do poema
surgem as gotas translucidas
soluçando as palavras
e a voz serena
de quem chora a sorrir
emudecendo o silêncio
sentido


o azul mais forte do mar
e o azul mais esbatido
desse céu que fica perto da boca
aberta de espanto
um rio de lágrimas em pranto
na torrente oca
do grito
vivo


sem saber que nome dar
ao poema de corpo e pele
demoram-se os olhos a naufragar
no tingimento do papel
manchado de choro
doce emotividade
de sal e mel
e poesia

musa

sexta-feira, 16 de maio de 2014

MAR INSPIRAÇÃO

MAR INSPIRAÇÃO

que posso eu dizer-te se não em verso
dos confins da água d'oiro em mar de prata
a espelhar os olhos do universo
onde a luz reflecte melodia serenata
e brilha olhar azul que não conhece
outra cor se não a da maresia
e prateada de beijos pelo vento desfalece
as palavras a segredar novas de poesia
e vens aqui em poemas inspirar
pranto iluminado do meu sentir
como se o tempo pudesse imaginar
o que da terra o mar e céu pode reflectir
talvez o sonho ainda incumprido
talvez seja esse o teu meu sentido
...

musa

domingo, 11 de maio de 2014

VERSOS AO LUAR

                                                           photo J.P. Bernardo

há uma lua escondida diante do sentir do olhar
um quasar distante em profundo desejo
adormece os sonhos da escuridão a brilhar
os sentidos do amante quando oferece um beijo

há uma lua nova a brilhar no meu céu
uma musa visitou-me em segredo
quero com todas as minhas forças ser teu
quero-te comigo sem medo

a lua ensinou me a não contar as estrelas no escuro
contá-las encurta os dias que possa ficar contigo
não tenho medo de que te sintas inseguro
nem de querer-te não podendo estar comigo

a lua essa companheira dos amantes
ouve os queixumes e os gemidos
dá a luz necessária naqueles instantes
e sela com silêncio os rituais cumpridos

há uma lua nova desassossegando loucas vontades
rumores entre palavras ofegando inquietação
oferecendo a turbulência de liberdades
que mais sossegado é deixá-las em versos de mão

só um chá de tília é que me acalma
este desassossego que sinto na garganta
esta inquietação que me vai agora na alma
esta vontade de te ter que é tanta"

musa & AF

DECOTE


Trazes manhã em seio despertar
Doce claridade em fria madrugada
No colo do teu peito acordas olhar
Na pele macia e fresca decotada

Acolhe o brilho luz cintilante
Que faz a aurora enrubescer
No céu sentido amante
Endoidecido prazer

Há no teu decote a ilusão
De um beijo escondido
Atrevimento da mão
Em caminho proibido
...
musa

VAGAS DE SAUDADE - para o antónio



Sinto a tua ausência
olho o mar e sinto
humedecida transparência
sinto a minha saudade rindo
dócil inocência
adentro partindo
teu ser ausente
de mim

esta saudade sem fim
tivemos tão pouco e tanto
quase escrevemos um livro
manchei as folhas de pranto
fiz do meu peito teu abrigo
ao sentir-te assim
ainda lembras as nossas conversas
morria as horas contigo
o tempo deixava-se levar
em demoras dispersas
sonhavas comigo
deixava-mo-nos na voz embalar
escutando-te horas a fio
lá... onde o mar encontra o rio
no abraço da foz
havíamos nós
poesia
e o amor

e agora... vagas de saudade
misturam águas melancolia
em nostalgia demora a dor
tantas mágoas na eternidade
o riso em pranto e flor
entrelaça-se de sal e doçura
em estuário areal
abraça-se o rio e o mar
há no peito humedecida loucura
no horizonte aurora boreal
a tingir de saudade o olhar
e num rasgo lento de ternura
surreal inspiração
inundas de sentir a minha lembrança
quase um grito de paixão
ainda pode haver esperança
para esta saudade sem solidão
musa



quinta-feira, 8 de maio de 2014

DESENHO DE AMOR

DESENHO DE AMOR

Sabes quando penso em ti
debruçado sobre tintas e pincéis
encontro-te aqui
escutando melodias em decibéis
e demoras o tempo entrelinhas
no meu sentir caminhas
para além do pensamento
em ponto de rebuçado
e dentro do sentimento
és um coração desenhado
e tens cor e brilho e loucura
a ternura do instante colorido
e tens sonho movimento e ternura
na tela do pensar o meu sentido
e quando o desenho se constrói
nas curvas das lágrimas tombando
há um rasto de ilusão que doí
ao descobrirmos que afinal estamos amando
e o esboço perde a cor e o sentir
negridão de um traço inacabado
há o amor por dentro de nós admitir
uma ponte entre o presente e o passado
...
musa

PÁSSARO AZUL

PÁSSARO AZUL

olhos azuis... lindos...
boca a merecer beijos...
Esconde-me no mais fundo que há em ti
Esconde-me e guarda-me só para ti

Havemos de ser esse pássaro azul que voa céu da boca por beijar
Onde nenhum sol queira ser mais quente que o teu desejo ardente
Havemos de ser asa de condor no alto dessa colina a querer voar
Onde nenhuma outra ave queira ser horizonte do sol nascente

Embrulhar-te num abraço perfumado
Ser a tua cama e tu a minha mesa
Devorar-te o espaço mais recatado
E deixar que o amor nos aconteça
Ser a pele da tua pele, agora suada
Seres a bainha do desejo mais intenso
Ser a noite que se desfaz em madrugada
Seres o cálice cheio, perfumado de incenso

Havemos de nos entregar na noite confidente num abraço apertado
Ser cama e mesa de alvura e acetinado desejo em demorado prazer
E se amor acontecer na pele suada do sentir num beijo perfumado
Seja então consumado nosso instante de sedução e doce querer

no teu mais intimo desassossego brilha a flor proibida
talvez retraída a medo perca o odor da pétala caída
e curva a haste do teu desejo pende o gozo húmido
do botão de rosa ardente da flor desprendida
há um fio de saliva quente brilhando acetinado túmido

unindo dois corpos sedentos num breve momento único

musa & AF

quinta-feira, 1 de maio de 2014

EM FIRMAMENTO ALTAR


Das mãos unidas
Que pedestal Mulher
Altar firmamento
De tantas vidas
Gozo oração e pecado
Doma teu discernimento
Quem estiver
A teu lado

Cobrindo tua nudez
Sensível flor paraíso
Manchada dócil dor
Brancura da tua tez
Rasgo insano impreciso
Loucura ilusão amor
Corpo alma juízo
Rosto palidez
Teu pudor

Da tentação resta apenas
Traços vincado rubor
As tuas penas
Algo que não se vê
De longe acenas
Que a vida te dê
O riso do pranto
Da fecundidade
Doce encanto
Da maternidade
Mulher Mãe
...
musa

MAIO


Maio chegou madrugada desiludida
Rasgou as esperanças carnais
Apunhalou de flores a vida
Aromas de éteres e sais
Em arrolhada despedida

O odor do sonho em vidro alvorada
Opaco translúcido desencanto
Demónio à solta pela estrada
Chovem lágrimas de riso pranto
Demora se a lucidez no Maio rude
Corre a boca em oração e canto
Implora a canção que a vida mude
Já sofremos tanto e tanto
E Maio volta a querer
Lembrar este sofrer
Morrer a viver

A um passo de Abril sem tempo
Que vida perfume do mês das flores
Guarda se no vidro momento
De partir estilhaçar todas as dores
Assim Maio ouse querer
E uma flor ouse nascer
Cravo de um Abril por florir
De inusitadas cores
Em Maio sentir
...
musa

VOTOS DE MAIO

VOTOS DE MAIO

Manhã de silêncio e solitude
Na boca gosto a uma morte apetecida
Na pele trémula inquietude
Desalenta esta vida
Apetece morrer
Angústia dor

Cansada de meses vazios
De dias longos e sombrios
Instantes tristes e frios
Essa quieta solidão
Que sempre me abraça
Num aperto de mão

E o meu destino traça
De teias incumpridas
Dívidas consentidas
Loucura ilusão
De assim viver
Na espera de morrer
No mais breve tempo
Doce desalento
Fímbria poesia
Num Maio talvez
Sim queria
Este mês
Morrer
...
musa
05/05/05