segunda-feira, 16 de junho de 2008

Poesia de Lágrimas

demora

demorastes / oh quanto demorastes / demorastes / para te encontrares no meu seio / no aconchego do meio / do ser que encontrastes / na tua efémera vida / senti na pele os teus passos / sonhei os carinhos e os abraços / fome desejo sentida / que enfim tu desejastes / desejo voraz / desse meu veio / de amor / filão que te tráz / à casa do meu ser / veio sulcado de mãos ágeis / tacto a tacto a florescer / por entre carícias tão frágeis / beijos que fazem dor/ abrir-me o peito / rasgar-se a alma / sentir medo / pudor / nada há de tão glorioso nesse feito / pois sou tão nua de palavras / nada existe que me tire a calma / sou desse jeito / seio de mágoas / chão de sentidos / chão de segredo / chão de perdidos / a.b.s.a.

utopia de cores

o pintor o olhar a expressão as cores a solidão - Jean Yves Simon - "L'Appel du bleu"

saudade de Portugal

http://www.simon-artiste-peintre.com/

Antologia de poesia "DE LUZ E DE SOMBRA" papiro editora 2008

louvada seja a poesia de todos / aquela que me arranca os pés da terra / que não é encomendada / ... / de pensamentos humanos / esculpidos em papel / de mãos dadas / ofereço o louvor ao poeta / que com as suas mãos / amassa as letras...
in "Penas da alma para a mão" Papiro 2006

noite formatada

Acordei trémula mãos frias sem nada querer do tempo pousio as horas no mesmo lugar vazio mesmas de todos os dias sentindo frio de morrer acordei sem saber que as palavras se haviam multiplicado confusas sem significado que quereriam dizer não sei de que falam elas entre o seu tempo e os meus dias largam-se da vida caravelas por fazer das minhas mãos vazias a doer as minhas palavras sentinelas cresceram desordenadas já nada encontro nelas que sejam coordenadas da vida do tempo as palavras amontoadas de sentimento cresceram como um tumor sem medo mãos enregeladas num momento floresceram este segredo a.b.s.a.

Os Antónios da minha vida - o barco e a âncora

Passou-se mais um centenário sobre o nascimento do misterioso e espiritual poeta português, meu mestre Fernando Pessoa, o barco da minha poesia e, outro Fernando, o Sto. António de Lisboa, a âncora afundeada nas profundezas do meu ser. Aos dois devo o espírito de aqui vir lavar a minha alma, com palavras submersas de utopia a ondular o silêncio de tudo o que se não mexe, submergidas pela bruxuleante luz dispersa de tinta de lágrimas, de todos os meus dias, amparados de desassossego.
Venham aqui, escrivinhadores de palavras apinocadas, botar faladura sobre cousas do tempo, bater sentimentos em letras tecladas no fio sentido de cada momento, na surdez absurda de noites longas de solidão, escrever tudo muda, tudo muda...dando voz à razão, dando colo às palavras que se querem sejam breves por instantes, porque isto de bloguar, já não é como dantes, essas noites que eram para sonhar, nem que fosse com elefantes a arrastar correntes de escritas por imaculados prados de folhas soltas à leve brisa do pensar e o dia...Ah, o dia, esse! Era alegria que merecesse ser um punhado de palavras, num ramo de afectos por florecer, entre os sentidos despertos para viver, esquecidas as mágoas.
ana barbara santo antonio

Hei-de sempre invocar a Tua divina protecção! Teu nome Maria, Teu doce coração.

Consagração a Nossa Senhora
"Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço toda a Vós
e em prova da minha devoção para convosco
Vos consagro neste dia e para sempre,
os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração
e inteiramente todo o meu ser;
e porque assim sou toda vossa,
ó incomparável Mãe,
guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade Vossa.
Lembrai-Vos de que vos pertenço,
terna Mãe, Senhora Nossa;
guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.
Amén

Alma de Poesia

Sou chão de sentidos Todos intactos Envolta de solidão À procura de um céu Porto de abrigo Procura-me neste chão E desperta todos eles Com a tua mão A abarrotar de ternura E dá-me as tuas palavras sentidas Como um ramo de afectos Por desabrochar anabarbarasantoantonio@hotmail.com

domingo, 15 de junho de 2008

"Penas da alma para a mão"

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QUANDO EU MORRER
Quando eu morrer façam-me pó / Espalhem-me na flor da água do mar / Façam-me cinzas mas sem saudade
Que a morte seja a última vontade / De um Deus só / Quero ficar nas águas a boiar / Como uma leve pena
Que de um pássaro se perdeu / Quando morrer quero voar / Atirem minhas cinzas à brisa amena
Deixem-me no ar / E vejam o que aconteceu / Serei suave cor de tempestade / Poente rubro e abafado
Áurea fonte de felicidade / Onde se encontra o procurado / Depois da morte serei ninfa eterna
De um sonho morno e vidrado / Façam-me pó e serei espelho / Talvez luz de uma caverna
Ou um mistério novo ou velho / Serei musa ou um deus / Talvez a cor dos céus
Quando morrer quero ficar / Pó brilhando entre as ondas do mar / Sol inquieto arrefecido
Cinzas de um tempo perdido / Em busca de mim
in "Penas da alma para a mão" Papiro Editora 2006
a.b.s.a.

o livro "TEU CANCRO MEU" Papiro Editora Fevereiro 2008

« Reforçar o carinho que nos foi e é dedicado nunca é demais.

A par deste meu encontro de palavras e de afectos, com gente que numa hora de tanta aflição esteve do meu lado, do nosso lado, em suma, que nos dedicaram palavras que, nas suas combinações, ou mesmo isoladamente, exprimiram todas as modalidades da sensibilidade humana e até da própria natureza, choraram sentidos, gritaram na dor, no ímpeto da raiva, uivaram de tristeza, rugiram no fogo da revolta que abrasa o desespero de quem vive e acompanha um cancro, jamais se podem esquecer esses encontros com gente familiar, amiga, conhecida, anónima, que se cruza connosco nos corredores de um hospital, nos tratamentos, nas consultas, com todos aqueles que tentadoramente têm sempre essa palavra de ânimo para reforçar a força que julgamos ter sempre dentro de nós, viva.

Ana Bárbara de Santo António»

Santo António

Meu Santo António de Coimbra dos doutores

Num lindo azulejo da velha Sé dos estudantes

Vê lá cuida de mim e trata-me todas as dores

Primeiro as da alma que são tão alucinantes

E o Anjo Rafael disse a Tobias: - Escreve todas as coisas que te aconteceram! - e ele escreveu.

Através da escrita eu lanço sementes da eternidade... Cuidai para que essa terra seja fértil e produtiva. Parceiras num tempo de dor de asas soltas ao redor daqueles que mais amamos e nos quais pousamos todos os nossos sentimentos com penas de palavras escritas com tinta de lágrimas. Se um dia acordares de dentro de ti e sentires que as tuas penas são demasiado pesadas, não voes, ergue a tua cabeça e começa a caminhar sentindo debaixo dos teus pés o chão que pisas. Deixem-me falar-vos das duas maiores paixões da minha vida, a escrita e a poesia, delas sinto e conto o que os meus olhos veêm e a minha alma sente, são pessoais e secretas, vivem da luz, poderei senti-las na escuridão, mas como vou vê-las para as contar...

responso de Stº António


responso de Stº António
Senhor Santo António guardai-nos e defendei-nos de todos os perigos, almas do corpo, línguas danosas, sonhos maus, maus encontros a tentações do demónio, a milagre que era sã, contra os males do demónio, buscai a Santo António que lá haveis de encontrar, a placafos má, os presos tirai-os da prisão, o doente torna são, o perdido faz achado, sem respeitar os negócios de qualquer idade, cidadãos a Pádua vão. Seja a Santíssima Trindade rogai por nós Senhor Santo António para que sejamos fortalecidos com os auxílios de Cristo. Ámen
Um Pai Nosso e três Avé Marias

Penas da minha alma / guardo-as todas / um dia ainda hei-de ter / um par de asas

A alma é uma biblioteca de luz iluminada por Deus

e as páginas do livro da nossa vida

têm o Seu selo.

ana barbara de santo antonio

13 de junho 2008